Título del documento: Antirrealismo e indução
Revista: Revista Brasileira de História da Ciência
Base de datos:
Número de sistema: 000551942
ISSN: 2176-3275
Autores: 1
1
Instituciones: 1Universidade de São Paulo (USP),
Año:
Volumen: 12
Número: 2
Paginación: 158-176
País: Brasil
Idioma: Portugués
Resumen en inglés In this article we characterize the epistemological stance of the young Mário Schenberg, as expressed in his first work, The Principles of Mechanics, published in 1934 in Revista Polytechnica. We highlight the explicit and implicit dialogues that Schenberg engages with epistemologists and physicists from the turn of the twentieth century, particularly his dialogues with Pierre Duhem and Ernst Mach. At that time, Schenberg defends an anti-realist and instrumentalist epistemology, against an invasion of theory by metaphysical elements. The young Schenberg also defends the safety of the process of theorizing by induction, from experiments to laws and from laws to theory. At the time of publication of the article, Schenberg was an engineering student at the Polytechnic School of São Paulo, recently transferred from the 159 Pernambuco School of Engineering, where he had met professor Luiz Freire. Freire"s influence was decisive on Schenberg"s scientific trajectory, which would lead him to becoming the first theoretical physicist proper in Brazil. It is through Freire that Schenberg approaches a relatively marginal tradition of professors from engineering schools who were building, during the first decades of the twentieth century, a scientific identity. This group of professors fought for "pure science", in contrast to the utilitarianism that prevailed in polytechnic schools in the period prior to the foundation of universities. Schenberg"s article can be read as one of the last works of this tradition of engineers with a scientific identity, a work that, while carrying some features of the polytechnic tradition, points to a reflection that would only develop fully with the emergence of a scientific disciplinary regime within the faculties of science founded in the second half of the 1930s
Resumen en portugués Caracterizamos neste artigo a postura epistemológica do jovem Mário Schenberg, tal como expressada em seu primeiro no trabalho, Os princípios da mecânica, publicado em 1934 pela Revista Polytechnica. Destacamos os diálogos explícitos e implícitos que Schenberg trava com epistemólogos e físicos da transição do século XIX para o XX, particularmente os diálogos com Pierre Duhem e Ernst Mach. À época, Schenberg defende uma epistemologia antirrealista e instrumentalista, contra uma invasão de elementos metafísicos na teoria. O jovem Schenberg defende, ainda, a segurança do processo de teorização por indução, com uma ascensão dos experimentos às leis e das leis a teoria. No momento da publicação do artigo, Schenberg era um estudante de engenharia da Escola Politécnica de São Paulo, recém transferido da Escola de Engenharia de Pernambuco, onde conhecera o professor Luiz Freire. A influência de Freire foi determinante sobre a trajetória científica de Schenberg, que se tornaria o primeiro físico teórico stricto sensu do Brasil. É por meio de Freire que Schenberg se aproxima de uma tradição relativamente marginal de professores das escolas de engenharia que foram construindo, ao longo das primeiras décadas do século XX, uma identidade científica. Esse grupo de professores militava pela "ciência pura", se contrapondo ao utilitarismo predominante nas escolas politécnicas no período anterior à fundação das universidades. O artigo de Schenberg pode ser lido como um dos últimos trabalhos dessa tradição de engenheiros com identidade científica, um trabalho que, ao mesmo tempo que carrega alguns traços da tradição politécnica, aponta para uma reflexão que só se desenvolveria plenamente com o surgimento de um regime científico disciplinar no interior das faculdades de ciências fundadas na segunda metade dos anos 1930
Keyword: Epistemology,
Mário Schenberg,
Luiz Freire,
scientific identity
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