Um olhar estrangeiro sobre a "etnografia implícita" dos portugueses na Goa quinhentista



Título del documento: Um olhar estrangeiro sobre a "etnografia implícita" dos portugueses na Goa quinhentista
Revue: Revista Brasileira de História da Ciência
Base de datos:
Número de sistema: 000552193
ISSN: 2176-3275
Autores: 1
Instituciones: 1Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/USP),
Año:
Volumen: 4
Número: 2
Paginación: 155-166
País: Brasil
Idioma: Portugués
Resumen en inglés After working as a merchant in Seville and in Lisbon for a few years, the Dutchman, Jan Huygen van Linschoten (1563-1611), was named book-keeper and secretary to the newly appointed archbishop of Goa, the Dominican Vicente da Fonseca, in 1583. Upon his return to Europe almost a decade later, having lived in Goa for more than five years, Linschoten started publishing travel accounts and sailing instructions that met with extraordinary success. His foremost publication, the Itinerario, published in Dutch in 1596 by Cornelis Claesz (an advance copy being given one year earlier to the first Dutch fleet sailing to the East Indies), was promptly translated into English (1598) upon the counsel of Richard Hakluyt, who recommended the book to the British East India Company. Latin, German and French editions followed suit. Its wide circulation and invaluable navigational instruction turned it into one of the books that did the most to spread knowledge about the situation of the Portuguese State of India throughout Europe, having had direct impact on Dutch, British, French and Danish ventures into Asia. Being somewhere between a travel account and a compendium of Indian natural history, the Itinerario is also, however, a long meditation with moral overtones on Portuguese manners and attitudes toward Goans – the formers" "implicit ethnography" – and about their failure in keeping a safe distance from the latter, what represents a negative evaluation of the very "colonial knowledge" system of the Portuguese.
Resumen en portugués Após trabalhar em Sevilha e Lisboa por alguns anos, o holandês Jan Huygen van Linschoten (c. 1563-1611) foi nomeado guarda-livros e secretário do recém-indicado arcebispo de Goa, o dominicano Vicente da Fonseca, em 1583. Ao retornar à Europa quase uma década depois, tendo vivido em Goa por mais de cinco anos, Linschoten começou a publicar relatos de viagem e instruções náuticas que encontraram extraordinário sucesso. Sua principal publicação, o Itinerario, foi editada em holandês por Cornelis Claesz em 1596 (com uma cópia avançada tendo sido entregue um ano antes à primeira frota holandesa que navegou para as Índias Orientais), e quase imediatamente traduzida para o inglês (1598) por sugestão de Richard Hakluyt, que recomendou o livro à Companhia das Índias Orientais da Inglaterra. Edições em latim, alemão e francês logo se seguiram. Sua extensa circulação e as valiosas instruções de navegação que continha fizeram dele um dos livros que mais propagaram o conhecimento sobre o Estado português da Índia pela Europa, tendo tido impacto direto sobre as empresas holandesas, britânicas, francesas e dinamarquesas rumo à Ásia. Além de um relato de viagem e compêndio da história natural indiana, o Itinerario também é uma longa meditação moral sobre os modos e atitudes dos portugueses em relação aos habitantes de Goa – sua "etnografia implícita" – e sobre sua falência em manter uma distância segura em relação a eles, o que representa uma avaliação negativa do próprio sistema de "conhecimento colonial" dos portugueses.
Keyword: Portuguese Empire,
colonial knowledge,
implicit ethnography,
Jan Huyghen van Linschoten
Texte intégral: Texto completo (Ver PDF)