A escrita de si como prática de uma literatura menor: cartas de Anita Malfatti a Mário de Andrade



Título del documento: A escrita de si como prática de uma literatura menor: cartas de Anita Malfatti a Mário de Andrade
Revue: Estudos feministas
Base de datos: CLASE
Número de sistema: 000335958
ISSN: 0104-026X
Autores: 1
Instituciones: 1Universidade Federal de Vicosa, Vicosa, Minas Gerais. Brasil
Año:
Periodo: Ene-Abr
Volumen: 19
Número: 1
Paginación: 91-101
País: Brasil
Idioma: Portugués
Tipo de documento: Artículo
Enfoque: Analítico
Resumen en inglés In a falogocentric culture letter writing has been considered by literary critics as a minor form of literature. Historians, on their part, have considered personal letters as an inadequate source of historical knowledge. In this text I seek to give positive value to the epistolary literature originating from a private exchange of letters, stressing that this kind of literary production can be as transgressive as the so-called "great literature", i.e. that literature that seeks to transpose the limits of language, since in this specific case we recreate ourselves, transgressing the limits of what we are in the intersubjective space of letter exchange and of friendship. Thus, I interpret the personal letters of the São Paulo plastic artist Anita Malfatti (1889), addressed to the modernist writer Mário de Andrade (1893-1945), as a form of "minor literature", in the sense given by Gilles Deleuze and Felix Guattari. This private kind of writing is connected to the construction of a self-sculpture, an "art of oneself", in the words of Michel Foucault. I therefore read the self writing in the letters of Malfatti as a counter hegemonic and political writing, for in the plot developed in her letters she produces an autonomous feminine subjectivity which resists subjectivities connected to the family, to the state, and to the church
Resumen en portugués No interior de uma cultura falocêntrica a escrita epistolar foi considerada pelos críticos literários uma literatura menor. Por sua vez, os historiadores entenderam por longos anos as cartas pessoais como uma fonte de pesquisa inapropriada ao conhecimento histórico. Neste texto, procuro positivar a literatura de si oriunda das correspondências originadas no âmbito privado, destacando que essa forma de produção literária pode ser tão transgressiva quanto a denominada "grande literatura", isto é, aquela que visa transpor os limites da linguagem, pois nesse caso específico trata-se de recriar a nós mesmos, de transpor as fronteiras do que somos no espaço intersubjetivo da troca epistolar e da amizade. Assim, interpreto as cartas pessoais da artista plástica paulista Anita Malfatti (1889-1964) endereçadas ao escritor modernista Mário de Andrade (1893-1945) como uma literatura menor, no sentido apontado por Gilles Deleuze e Felix Guattari. Essa escrita de caráter privado está associada à construção de uma escultura de si, de uma estética da existência para usar o conceito formulado por Michel Foucault. Portanto, leio a literatura de si das cartas da artista plástica como uma escritura contra-hegemônica e política, pois nas linhas de suas missivas o enredo que se compõe é o da produção de uma subjetividade feminina autônoma que resiste às subjetivações ligadas à família, ao Estado e à Igreja
Disciplinas: Literatura y lingüística
Palabras clave: Literatura y sociedad,
Brasil,
Malfatti, Anita,
Andrade, Mario de,
Epistolario,
Subjetividad femenina,
Amistad,
Género
Texte intégral: Texto completo (Ver HTML)