Da episteme à áskesis: notas sobre aspectos éticos no método cartesiano



Document title: Da episteme à áskesis: notas sobre aspectos éticos no método cartesiano
Journal: Revista de Psicologia (Fortaleza)
Database: CLASE
System number: 000481070
ISSN: 2179-1740
Authors: 1
Institutions: 1Universidade Federal do Para, Belem, Para. Brasil
Year:
Season: Ene-Jun
Volumen: 10
Number: 1
Pages: 43-53
Country: Brasil
Language: Portugués
Document type: Artículo
Approach: Analítico
English abstract From the "Cartesian moment" the ancient ethos - which, in the Greek philosophy sphere, was organically personified as an askesis in the lives of philosophers and was never dissociated from any theory of knowledge - starts to take almost exclusively the speculative form. The rational action (or practical reason) domain becomes reduced to the terms of general theories about moral philosophy, politics or law (that is to ground and organize the action in universalist terms). Contrary to these facts, this paper aims to rediscover some ethical aspects in the Cartesian method. In Descartes' writings one can note elements of practical philosophy in two different senses, more or less independent of each other: on the one hand, we find reflections on morality and ethics (which Descartes interacts with his epistemological cogitatio); on the other, it is possible to demonstrate how the methodic procedure itself is nothing other than a reorientation of the action that precedes the acquisition of knowledge and how it is a precondition to finding the truth. This in a way that the adoption of a method implied for Descartes in a conversion of the self. We conclude that the history of philosophy, as it is mainly told among us, ends up covering up some askésis aspect implied in the Cartesian method. This article intends to present a few passages from the late work of Descartes that might help us to see aspects of practical philosophy that are usually perceived as the fundamental source of all modern theoretical rationalism
Portuguese abstract A antiga ideia de êthos, no âmbito da filosofia grega, antes mesmo de ter se tornado (com Aristóteles) objeto de um interesse especulativo e teórico, jamais esteve desvinculada da de áskesis - no sentido de exercício, prática, treino, modo de vida (mais do que no de ascetismo, tal como esta palavra passou a soar para nós depois do cristianismo). É lugar comum se afirmar que essa vinculação mais originária se desvaneceu abruptamente a partir do “momento cartesiano”: que o racionalismo moderno e as ditas teorias do conhecimento que lhe sucederam submeteram todas as dimensões antigas do filosofar a exigências estritamente epistemológicas. Isso, de maneira a reduzir o domínio da ação racional (ou da razão prática) aos termos de teorias gerais de Filosofia Moral, Política ou do Direito (à questão de fundamentar e sistematizar a ação em termos universalistas). Na contramão desses dados, este artigo objetiva redescobrir alguns aspectos éticos no método cartesiano. No escritos de Descartes, é possível identificar elementos de filosofia prática em dois sentidos distintos, mais ou menos independentes entre si: por um lado, encontramos reflexões avulsas sobre moral e ética (as quais Descartes faz interagir com a sua cogitatio); por outro, é possível demonstrar como o próprio procedimento metódico ele mesmo não é outra coisa senão uma reorientação da ação que precede a aquisição do conhecimento e que é pré-condição para o aparecimento do verdadeiro. Isto, de maneira que a adoção de um método - de um caminho que vise a um fim (meta - hodos) - implicou para Descartes em uma conversão de si, na adoção de um modo de vida em constante exercício. Concluímos que a história da filosofia, tal como narrada hegemonicamente entre nós, acaba encobrindo esta espécie de áskesis que está implícita no método cartesiano
Disciplines: Filosofía
Keyword: Etica,
Historia de la filosofía,
Askesis,
Descartes, René,
Filosofía práctica,
Método
Keyword: Ethics,
History of philosophy,
Descartes, Rene,
Practical philosophy,
Method
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