Momentos de colapso: psicose e testemunho



Document title: Momentos de colapso: psicose e testemunho
Journal: Estudos de psicanalise
Database: CLASE
System number: 000529274
ISSN: 0100-3437
Authors: 1
Institutions: 1Universite de Paris VII (Denis Diderot), París. Francia
Year:
Season: Jul
Number: 41
Pages: 111-123
Country: Brasil
Language: Portugués
Document type: Artículo
Approach: Analítico
English abstract Testimony’s vow of authenticity raises the question of what happens to subjects whose suffering can make no such claims to so-called historical objectivity, but who nevertheless assert their right to stand witness to the truth of their experience. Early on, Freud approaches psychosis as a particular regime of truth, where the psychic material revealed by the symptom is either subject to little symbolic elaboration (hallucination) or, to the contrary, obfuscated by the brutal interventions of the ego (in delusion). In this text, I discuss two of Lacan’s propositions regarding testimony. First, his idea of the psychotic as “a witness of the unconscious” in Seminar III, where he also comments on the testimonial discourse as a speech marked by the subject’s a relationship to a particular object, terrifying in its otherness and threatening him with dissolution. Secondly, his suggestion from Seminar XX, that the testimonial task is a demand that “jouissance be avowed, precisely insofar as it may be unavowable.” It would seem that one may only testify, if we are to insist on this verb as an activity engaging the dimension of truth, to something which has had the effect of one’s undoing: to an encounter with the enigma of one’s jouissance, of the body’s primacy over language
Portuguese abstract O voto de autenticidade do testemunho levanta a questão do que acontece com os indivíduos cujo sofrimento não permite reivindicações para a considerada objetividade histórica, mas que também afirmam o seu direito de servir de testemunhas sobre a verdade de sua experiência. Logo no início, Freud aborda a psicose como um regime especial de verdade, onde o material psíquico revelado pelo sintoma ou é sujeito a pouca elaboração simbólica (alucinação), ou, pelo contrário, é ofuscado pelas intervenções brutais do ego (em delírio). Neste texto, discuto duas das proposições de Lacan sobre testemunho. Em primeiro lugar, a sua ideia do psicótico como “um testemunho do inconsciente” no Seminário III, onde também comenta sobre o discurso testemunhal como um discurso marcado pela relação do sujeito a um determinado objeto, aterrorizante em sua alteridade e ameaçando-o com a dissolução. Em segundo lugar, sua sugestão no Seminário XX, de que a tarefa do testemunho é uma demanda de que “o gozo [jouissance] seja declarado, precisamente na medida em que for inconfessável”. Parece que só se pode testemunhar se quisermos insistir nesse verbo como uma atividade que envolve a dimensão do sujeito do inconsciente; algo que teve, paradoxalmente, o efeito da própria ruína do sujeito devido ao encontro com o enigma do gozo do Outro, pela primazia do corpo sobre a linguagem
Disciplines: Psicología
Keyword: Psicoanálisis,
Testimonio,
Psicosis,
Levi, Primo,
Schreber, Daniel Paul,
Lacan, Jacques,
Gozo
Full text: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372014000100011&lng=pt&nrm=i&tlng=pt