Diálogo sobre a poesia oral na Cabília: entrevista de Mouloud Mammeri a Pierre Bourdieu



Título del documento: Diálogo sobre a poesia oral na Cabília: entrevista de Mouloud Mammeri a Pierre Bourdieu
Revista: Revista de sociologia e politica
Base de datos: CLASE
Número de sistema: 000320539
ISSN: 0104-4478
Autores:
Año:
Periodo: Jun
Número: 26
Paginación: 61-81
País: Brasil
Idioma: Portugués
Tipo de documento: Entrevista
Enfoque: Descriptivo, crítico
Resumen en inglés In this dialogue held in the mid-1970s, Pierre Bourdieu and the Algerian ethnologist, writer, and poet Mouloud Mammeri (1917–1989) explore and explicate the social bases, uses, and meaning of oral poetry in Kabyle society and history, thus illuminating the peculiarity of oratory and the social conditions of symbolic efficacy. As the son of the next-to-last amusnaw (sage, bard) of his tribe, Mammeri is uniquely placed to situate this master of words who served the traditional function of mediator and carrier of knowledge, and stood as the living incarnation of tamusni (the practical philosophy of Berber excellence), in relation to the marabout, bearer of the sacred scriptures of the Koran, and to the peasants who composed his main audience. Becoming an amusnaw occurred by election and entailed a two-fold apprenticeship, first by osmosis in a milieu saturated by verbal commerce and contest (in the armourer's workshop, the village assembly, the markets and pilgrimages) and, later, through explicit training with a master-poet setting out a series of exercises and exams. It required not only commanding a set of verbal techniques and an oratorial canon but also imbibing and embodying wisdom. Playing on the multi-layeredness of language, adapting with flexibility and à propos to the specificities of each occasion and audience, the Kabyle bard was continually tested and his cultural skills endlessly refined, to the point where he would not only master the rules of the craft but also play with them, transgress them within the spirit of tradition in order to invent new rhetorical figures extracting the maximum 'yield' from language. Tamusni thus emerges not a body of inert knowledge cut off from life and transmitted for its own sake but as a 'practical science' constantly revivified by and for practice. The poet is the spokesperson of the group who, through his cultural discernment and expert use of language, perfects the specific values of the group..
Resumen en portugués Neste diálogo, Pierre Bourdieu e o etnólogo, escritor e poeta argelino Mouloud Mammeri (1917-1989) exploram e explicam as bases sociais, os usos e o sentido da poesia oral na sociedade e história cabilas. Como filho do penúltimo amusnaw (sábio; bardo) de sua tribo, Mammeri estava posicionado de maneira única para situar esse mestre das palavras que atuou na função tradicional de mediador e transportador do conhecimento e manteve-se como a encarnação viva da tamusni (a filosofia prática da excelência berbere), em relação com o marabuto (depositário das sagradas escrituras do Corão) e com os camponeses (que compõem seu público principal). Torná-se amusnaw graças a uma eleição e isso requer um duplo aprendizado: primeiro, por osmose em um meio saturado de comércio e disputas verbais (no treinamento de guerra, na assembléia da vila, nos mercados e nas peregrinações) e, depois, por meio de um treinamento explícito com um poeta-mestre que orienta uma série de exercícios e provas. Esse processo requer não apenas o domínio de uma variedade de técnicas verbais e de um cânone oratório, mas também implica absorver e encarnar a sabedoria. Jogando com a multidimensionalidade da linguagem, adaptando-a com flexibilidade diante das especificidades de cada situação e público, o bardo cabila era continuamente testado e suas habilidades culturais infinitamente refinadas, até o ponto em que ele não apenas dominasse as regras do ofício, mas também jogasse com elas, trangredindo-as no espírito da tradição a fim de inventar novas figuras retóricas e extrair o máximo de "rendimento" da linguagem. A tamusni emerge assim não apenas como um corpo de conhecimento inerte, desligado da vida e transmitido por si mesmo, mas como uma "ciência prática", constantemente revivida pela e para a prática. O poeta é o porta-voz do grupo que, por meio de seu discernimento cultural e uso técnico da linguagem, aperfeiçoa os valores específicos do
Disciplinas: Antropología
Palabras clave: Etnología y antropología social,
Poesía oral,
Tradición,
Conocimientos,
Cultura,
Lenguaje,
Argelia
Texto completo: Texto completo (Ver HTML)