Revista: | Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia |
Base de datos: | CLASE |
Número de sistema: | 000509969 |
ISSN: | 0103-9709 |
Autores: | Asnis, Gabriel Zissi Peres1 Mano, Marcel1 |
Instituciones: | 1Universidade Federal de Uberlandia, Uberlandia, Minas Gerais. Brasil |
Año: | 2020 |
Número: | 34 |
Paginación: | 154-173 |
País: | Brasil |
Idioma: | Portugués |
Tipo de documento: | Artículo |
Enfoque: | Descriptivo |
Resumen en inglés | O artigo busca problematizar as associações diretas e acríticas entre grupos ceramistas da tradição arqueológica Aratu-Sapucaí e grupos conhecidos na documentação como Cayapó. Nas regiões dos atuais Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, sul de Goiás e norte de São Paulo, a sobreposição espaço-temporal de ocupações de grupos daquela tradição e os mencionados nas fontes fez propor-se uma continuidade cultural entre povos afastados historicamente. A imagem de uma história linear e de uma cultura fossilizada esqueceu-se que os indígenas das fontes documentais foram descritos em situação colonial, um ambiente marcado por intensos contatos e disputas de interesses. De fato, tanto dados arqueológicos como documentais insistem em mostrar constantes contatos e transformações. Registros fósseis dessa tradição apontam influências de outras; e registros documentais dos Cayapós evidenciam uma complexa e intricada rede de relações com diferentes alteridades. Por isso, tanto a história dos grupos produtores da cerâmica Aratu-Sapucaí quanto a dos Cayapós coloniais não podem ser pensadas como isoladas, mas sim como compostas de fronteiras porosas nas quais se expandiram, se retraíram e se sobrepuseram diversos agenciamentos. Nessas fronteiras moldadas pelos contatos, transitaram em redes não estruturadas pessoas, bens simbólicos, materiais, conhecimentos e técnicas que, por todos os lados e em todas as direções, direta ou indiretamente, impactaram e renovaram tradições. Sob essas condições, artefatos arqueológicos devem ser o registro físico dessas mudanças, e não a evidência de uma continuidade. O artigo mobiliza então dados da Arqueologia, da História Indígena e da Antropologia com o propósito de levantar barreiras no trajeto que leva grupos do passado pré-colonial a aterrissarem no contexto colonial, ou vice-versa |
Resumen en portugués | O artigo busca problematizar as associações diretas e acríticas entre grupos ceramistas da tradição arqueológica Aratu-Sapucaí e grupos conhecidos na documentação como “Cayapó”. Nas regiões dos atuais Triângulo Mineiro, alto Paranaíba, sul de Goiás e norte de São Paulo, a sobreposição espaço-temporal de ocupações de grupos daquela tradição e os mencionados nas fontes fez propor uma continuidade cultural entre povos afastados historicamente. A imagem de uma história linear e de uma cultura fossilizada esqueceu-se que os índios das fontes documentais foram descritos em situação colonial, um ambiente marcado por intensos contatos e disputas de interesses. De fato, tanto dados arqueológicos como documentais insistem em mostrar constantes contatos e transformações. Registros fósseis dessa tradição apontam influências de outras; e registros documentais dos “Cayapó” evidenciam uma complexa e intricada rede de relações com diferentes alteridades. Por isso, tanto a história dos grupos produtores da cerâmica Aratu-Sapucaí como a dos “Cayapó” coloniais não podem ser pensadas como isoladas, mas compostas de fronteiras porosas nas quais se expandiram, se retraíram e se sobrepuseram uma série de agenciamentos. Nessas fronteiras moldadas pelos contatos transitaram em redes não estruturadas pessoas, bens simbólicos, materiais, conhecimentos e técnicas que, por todos os lados e em todas as direções, direta ou indiretamente, impactaram e renovaram tradições. Sob essas condições, artefatos arqueológicos devem ser o registro físico dessas mudanças e não a evidência de uma continuidade. O artigo mobiliza então dados da Arqueologia, da História Indígena e da Antropologia com o propósito de levantar barreiras no trajeto que leva grupos do passado pré-colonial a aterrissarem no contexto colonial, ou vice-versa |
Disciplinas: | Antropología |
Palabras clave: | Arqueología, Tradiciones, Historia, Indígenas, Cayapó, Aratu-Sapucaí |
Texto completo: | https://www.revistas.usp.br/revmae/article/view/163394/164227 |