Comemorar a infância, celebrar qual criança? Festejos comemorativos nas primeiras décadas republicanas



Título del documento: Comemorar a infância, celebrar qual criança? Festejos comemorativos nas primeiras décadas republicanas
Revista: Educacao e pesquisa
Base de datos:
Número de sistema: 000540594
ISSN: 1517-9702
Autores: 1
1
Instituciones: 1Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Educação, Belo Horizonte, Minas Gerais. Brasil
Año:
Periodo: Ene-Jun
Volumen: 26
Número: 1
Paginación: 135-160
País: Brasil
Idioma: Portugués
Tipo de documento: Artículo
Resumen en portugués O artigo discute aspectos dos múltiplos processos de formação da identidade do brasileiro a partir do estudo da institucionalização das comemorações da criança em Belo Horizonte. Partindo da constatação de que entre o fim do século XIX e o início do XX diferentes saberes dos campos antropológico, médico, jurídico, pedagógico e psicológico são estabelecidos com o intuito de produzir essa identidade, o trabalho focaliza três eventos realizados na cidade: o dia da criança relativo à data nacional de 12 de outubro, instituída em 1924 e fortemente identificado como uma festa escolar; as festas de Natal para as crianças pobres, nas quais a filantropia mobilizou diferentes setores da sociedade; e os concursos de robustez e beleza infantil, iniciados em Belo Horizonte a partir de 1935, com a intenção de comemorar a infância associada aos ideais eugênicos. Argumenta-se que tais eventos contribuíram para a legitimação e propagação dos saberes científicos que elegeram a criança como objeto central de estudo e intervenção. Mais do que celebrar a infância, buscou-se comemorar as ciências, com o objetivo de perseguir o ideal de uma nação civilizada e una, embora marcada por profundas clivagens sócio-raciais, e projetar a criança como utopia de um mundo adulto a ser estabelecido. O trabalho mostra nas conclusões que, hoje, traços de realização desses eventos ainda se mantêm, revelando a permanência de um ideal racial europeizado que marca pela exclusão a vivência de parte das crianças brasileiras.
Resumen en inglés The article discusses aspects of the various processes of formation of the identity of the Brazilian people, starting from the study of the institutionalization of the commemorations of childhood in Belo Horizonte. Starting from the fact that between the end of the 19th century and the beginning of the 20th century several statements originated in the anthropological, medical, juridical, pedagogic and psychological fields are established with the intention of producing that identity, the work focuses on three events performed in the city: the national day of the child celebrated on the 12th October, instituted in 1924 and strongly identified as a school party; the Christmas parties for the poor children, where the philanthropy mobilized different sectors of the society; and the child robustness and beauty contests, initiated in Belo Horizonte in 1935 with the purpose of celebrating the childhood associated to the eugenic ideals. The study argues that such events contributed to legitimize and propagate a scientific knowledge that chose the child as its central object of study and intervention. More than to celebrate the childhood, it was the sciences that were commemorated with the objective of pursuing the ideal of a civilized and united nation, although marked by deep socio-racial cleavages, and to project the child as the utopia of an adult world to be established. The work concludes by showing that nowadays events reminiscent of those celebrations still take place, revealing the permanence of a Europeanized racial ideal that mars with exclusion the existence of part of the Brazilian children.
Disciplinas: Historia
Palabras clave: Historia social
Keyword: Childhood,
History,
Commemorations,
Social history
Texto completo: Texto completo (Ver HTML) Texto completo (Ver PDF)