Revista: | Educacao e pesquisa |
Base de datos: | |
Número de sistema: | 000539648 |
ISSN: | 1517-9702 |
Autores: | Lucca, Daniel De1 |
Instituciones: | 1Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Sao Francisco do Conde, Bahia. Brasil |
Año: | 2022 |
Volumen: | 48 |
País: | Brasil |
Idioma: | Portugués |
Resumen en portugués | Na segunda metade do século XX, Timor-Leste experimentou duas sucessivas eras de dominação estrangeira. Por meio do aparato escolar, o colonialismo português e a ocupação indonésia impuseram no território suas próprias narrativas e visões de mundo, subalternizando saberes e histórias timorenses. Este artigo problematiza o ensino de história em Timor-Leste independente, focalizando questões em torno do novo manual didático de história e dos dilemas envolvidos na reestruturação curricular de um sistema educacional que convive com legados da violência colonial e epistêmica. Considerando o caráter estratégico da educação histórica na construção do Estado-Nação e na formação de seus cidadãos, o livro didático será tratado como uma tecnologia pedagógica que autoriza certos discursos e desautoriza outros, fixando-os em textos impressos cujos efeitos e condições de produção pretende-se interrogar. Após discutir a elaboração e implementação do livro didático no contexto da cooperação internacional lusófona, propõe-se um exame circunscrito de seu conteúdo, localizando Timor-Leste na estrutura narrativa da história global e explorando as perspectivas adotadas sobre os principais sujeitos dessa história. Amparado na literatura especializada e na pesquisa de campo, o artigo oferece uma etnografia da recepção desses materiais, de modo a demonstrar como o ensino de história no país também é resultado de uma geopolítica do conhecimento situada em múltiplas escalas, na qual a colonialidade dos agentes externos, que intervém nas agendas educacionais nacionais, tem de negociar com as práticas locais que se apropriam e adulteram as histórias que ali chegam. |
Resumen en inglés | In the second half of the 20th century, Timor-Leste experienced two successive eras of foreign domination. Through the school apparatus, Portuguese colonialism and the Indonesian occupation imposed their own narratives and worldviews on the territory, subordinating Timorese knowledge and stories. This article problematizes the teaching of history in independent Timor-Leste, focusing on issues around the new textbook of history and the dilemmas involved in the curricular restructuring of an educational system that coexists with legacies of colonial and epistemic violence. Considering the strategic character of history teaching in nation building and education of its citizens, the textbook will be treated as a pedagogical technology that authorizes certain discourses and disallows others, fixing them in printed texts whose effects and conditions of production will be under study. After discussing the elaboration and implementation of the textbook in the context of Portuguese-speaking international cooperation, a circumscribed examination of its content is proposed, locating Timor-Leste in the narrative structure of global history and exploring the perspectives adopted on the main subjects of this history. Supported by specialized literature and fieldwork, the article offers an ethnography of the reception of these materials, in order to demonstrate how the teaching of history in the country is also the result of a geopolitics of knowledge located at multiple scales, in which the coloniality of external institutions, which intervene in national educational agendas, have to negotiate with local practices that appropriate and adulterate the stories that arrive there. |
Keyword: | Timor-Leste, History teaching, Textbook, Geopolitics of knowledge, International cooperation |
Texto completo: | Texto completo (Ver HTML) Texto completo (Ver PDF) |