O paradoxo da emancipação: populismo, democracia e a alma da esquerda



Título del documento: O paradoxo da emancipação: populismo, democracia e a alma da esquerda
Revista: Cadernos de Filosofia Alemã
Base de datos:
Número de sistema: 000531430
ISSN: 2318-9800
Autors: 2
1
Institucions: 1Universidade Federal de Santa Catarina,
2Universidade de Kent,
Any:
Volum: 27
Número: 1
Paginació: 145-172
País: Brasil
Idioma: Portugués
Resumen en inglés Portuguese translation of "The paradox of emancipation: populism, democracy and the soul of the Left", by Ivan Rodrigues What is the connection between the surge of populism and the deflation of electoral support to traditional left-leaning ideological positions? How can we explain the downfall of the Left in conditions that should be propelling it to power? In its reaction both to the neo-liberal hegemony and to the rise of populism, I claim that the Left is afflicted by what Nietzsche called "a democratic prejudice" – the reflex of reading history as the advent of democracy and its crisis. As a result, the Left now undertakes to recover democracy by resurrecting the growth-and-redistribution policy set that was a trademark of the "golden age" of social democracy in the three post-war decades. This nostalgic gesture, however, is leading the Left into another predicament, which I call the "paradox of emancipation" – while fighting for equality and inclusion as essential conditions for democratic citizenship, the Left is validating the social order within which equality and inclusion are being sought – namely, the social order shaped by the competitive production of profit which is the root cause of our societies" plight. The analysis concludes with a proposal for building a counterhegemony against neo-liberal capitalism by means of enlarging the Left"s focus beyond its traditional concerns with inequality and exclusion, to address also the injustice of growing social and economic insecurity – a harm whose reach surpasses the working poor. Reformulating an agenda of social justice around issues of economic insecurity that cross the "class divide" would allow the Left to mobilize a broad coalition of social forces for radical and lasting change in the direction of socialist democracy.
Resumen en portugués Tradução de: Azmanova, A. (2019). The paradox of emancipation: populism, democracy and the soul of the Left. Philosophy and Social Criticism, 45 (9-10), 1186-1207. DOI: https://doi.org/10.1177/0191453719872291. Traduzido por Ivan Rodrigues Que conexão há entre o vagalhão populista e a queda do apoio eleitoral às tradicionais posições ideológicas à esquerda? Como podemos explicar o declínio da esquerda sob condições que deveriam estar catapultando-a para o poder? Argumento que a esquerda, na sua reação tanto à hegemonia neoliberal como à ascensão do populismo, está afetada pelo que Nietzsche chamou de "preconceito democrático" – o reflexo de ler a história como o advento e a crise da democracia. Em decorrência disso, a esquerda tenta agora recuperar a democracia por meio da ressurreição do conjunto de políticas de crescimento-e-redistribuição característico da "era dourada" da social-democracia nas três décadas após a Segunda Guerra Mundial. Esse gesto nostálgico, todavia, está levando a esquerda a outro impasse, àquilo que chamo de "paradoxo da emancipação" – ao lutar por igualdade e inclusão como condições essenciais da cidadania democrática, a esquerda está validando a ordem social no interior da qual ela está buscando igualdade e inclusão, a saber, a ordem social moldada pela produção concorrencial de lucro, a qual é a causa básica pela qual as nossas sociedades se encontram encalacradas. Concluo a análise propondo a construção de uma contra-hegemonia contra o capitalismo neoliberal mediante o alargamento do enfoque da esquerda, de modo a que a esquerda não se restrinja às suas preocupações tradicionais com a desigualdade e a exclusão, mas dê conta também da injustiça da crescente insegurança social e econômica – um dano cujo alcance vai além dos trabalhadores pobres. Uma agenda reformulada de justiça social que tenha como eixo questões de insegurança econômica que atravessam a "clivagem de classes" possibilitaria à esquerda mobilizar uma ampla coalizão de forças sociais para a transformação radical e duradoura em direção à democracia socialista.
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